sexta-feira, 25 de dezembro de 2015



Evangelho (João 1,1-18 ou 1-5.9-14)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!

1. 1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus.2 Ele estava no princípio junto de Deus.3 Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito.4 Nele havia a vida, e a vida era a luz dos homens.5 A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.6 Houve um homem, enviado por Deus, que se chamava João.7 Este veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele.8 Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz.9 era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem.10 Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu.11 Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam.12 Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus,13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus.14 E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade.15 João dá testemunho dele, e exclama: “Eis aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim é maior do que eu, porque existia antes de mim”.16 Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça.17 Pois a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.18 Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou.

- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!


COMENTÁRIO DO EVANGELHO:

O evangelho mostra-nos como Deus vai se movendo em meio a situações desencontradas na vida de duas pessoas: Maria e José. O noivado com José, a gravidez inesperada, a reação de José, que abre mão do seu direito de denunciar Maria, para não lhe causar nenhum mal e resolve abandoná-la em silencio. Um amor que quer o bem da esposa, ainda que isso signifique viver longe dela, um amor que não quer dominar ser o dono da verdade, ter toda a razão, mas um amor que quer preservar a vida de quem ama, ainda que isso lhe traga dores, dúvidas e amarguras. Deus escolheu o homem certo, José era justo, mesmo que não entendesse os fatos envolvendo sua noiva, fez prevalecer o amor. O amor a Deus e aos irmãos não explica, mas aceita e só quer o bem do outro.
E por trás de um amor devotado, está à vontade de Deus, que vai realizar tudo o que os profetas haviam falado – eis que a virgem conceberá e dará a luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa “Deus conosco”. José aceita, não porque compreende racionalmente os fatos, mas porque sabe que Deus está agindo e isso lhe basta.
Costuma-se dizer sempre que “Deus escreve sempre certo, por linhas tortas” e isso é mesmo a mais pura verdade, o grande rei Davi havia nascido em Belém, e seria lá também que o messias haveria de nascer, José e Maria não são pessoas especiais, diferentes das demais, mas vivem em meio a história, dentro das estruturas do mundo, o cristão não pode alienar-se do mundo e fugir do seu destino humano, José e Maria,
Sujeitos às leis do império romano sobem até Belém para serem recenseados, e lá Jesus acaba nascendo em uma estrebaria; nas grandes cidades nem sempre há um cantinho para o migrante que tem de se virar em qualquer canto, no banco de uma praça ou em baixo de uma ponte, nos barracos e favelas e assim, do mesmo modo que os moradores de rua partilham suas alegrias, quando as tem, Deus quis partilhar com uma classe marginalizada a grande alegria do nascimento do seu filho – e assim, os pastores são os primeiros a serem informados. Logo eles, que tinham fama de serem brigões e mentirosos homens sem palavra que jamais seriam ouvidos como testemunhas nos tribunais, foram os privilegiados.
Para gente simples  o sinal é também simples, encontrareis um menino envolto em faixas e deitado nas palhas de uma estrebaria. Excluído  e rejeitado igual a eles, que eram proibidos de entrarem no templo ou na sinagoga.
Deram glória a Deus porque sentiram a alegria de serem lembrados por ele, chegou enfim a salvação, que não vem da corte ou dos palácios, que não vem das pomposas cerimônias do templo, mas de uma criancinha deitada em uma humilde estrebaria.
Infelizmente o natal do consumismo vai por outro caminho, pois ainda temos entre nós tantos “pastores” banidos da sociedade, gente desprezada e deixada de lado por um sistema injusto, gente que não conhece e nem faz ideia de que Deus os ama e que essa declaração de amor acontece e é renovada na noite de natal. A igreja é por excelência portadora desse anúncio onde os últimos da sociedade deverão ser os primeiros a receber esta boa nova.

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