quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016



“Lembra-te que és pó, e ao pó hás de voltar”

O tempo da Quaresma começa com a celebração da Quarta-Feira de Cinzas. Reunidos na Igreja para a celebração da Eucaristia, ouvimos a Palavra de Deus e, logo após a homilia, faz-se o rito da bênção e imposição das cinzas.

O Missal Romano propõe duas orações para a bênção das cinzas: uma que pede a Deus a bênção para os fiéis que vão receber as cinzas, para que “prosseguindo na observância da Quaresma, possam celebrar de coração purificado o mistério pascal” de Cristo Jesus; outra que pede a Deus a bênção sobre as cinzas, a fim de, “reconhecendo que somos pó e que ao pó voltaremos, consigamos, pela observância da Quaresma, obter o perdão dos pecados e viver uma vida nova, à semelhança do Cristo crucificado”.1

Tanto uma quanto outra oração pedem a Deus que nós, que recebemos as cinzas, possamos seguir pelo caminho quaresmal como um caminho de purificação, a fim de que possamos nos identificar cada vez melhor com Cristo e celebrar, na alegria, as festas pascais.

Quando impõe as cinzas sobre as nossas cabeças, o sacerdote diz uma das duas fórmulas seguintes, ambas retiradas da Sagrada Escritura: “Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15) ou “Lembra-te que és pó, e ao pó hás de voltar” (Gn 3,19). Os dois versículos bíblicos, junto com a simbologia das cinzas, nos apresentam um itinerário espiritual a ser seguido no período quaresmal. Nós pecamos porque somos pó, nossa natureza tornou-se inclinada para o mal em virtude do pecado original. Isso nos recorda as cinzas impostas sobre nossas cabeças e o versículo de Gn 3,19. Deus, todavia, tem misericórdia de nós, justamente porque sabe que somos pó, conforme diz o salmista no Salmo 103 (102), 13-14 “...porque Ele (Deus) conhece a nossa estrutura lembrando-se que nós somos pó...”.

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