sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016



Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 9, 14-15

- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus
 - Glória a vós, Senhor!

- Naquele tempo, 14os discípulos de João aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?” 15Disse-lhes Jesus: “Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão”.

- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!

COMENTÁRIO DO EVANGELHO:

O Esposo lhes será tirado... (Mt 9,14-15)

Os discípulos de João Batista viviam uma vida ascética, a exemplo de seu Mestre. Já os discípulos de Jesus, ainda que pobres, formavam um grupo bastante informal e alegre, sempre disposto a se reunir em torno de uma mesa. O próprio Jesus confessa: “Desejei ansiosamente comer esta ceia convosco!” (Lc 2,15.) Os adversários vão dar-lhe o rótulo de beberrão e comilão (cf. Lc 7,34).
Entre os hebreus, o jejum costumava ser um sinal de luto. Os contemporâneos do Rei Davi estranharam quando ele interrompeu seu jejum logo após a morte do filho que tivera com Betsabé (cf. 2Sm 12,21). Daí a resposta de Jesus quando os discípulos de João vão até ele, perguntando por que seus discípulos não jejuavam: é que o Esposo estava com eles e durante as bodas ninguém faz jejum.
A primeira lição, para nós, é que Jesus é o Esposo. A Igreja é a noiva, que ele deverá encontrar sem mancha e sem ruga. A cena das Bodas de Caná   tem sido interpretada pelos exegetas como uma espécie de antecipação do Banquete do Cordeiro. A fartura de vinho aponta nessa direção.
A segunda lição, menos agradável, é que o Esposo nos pode ser tirado. No caso dos discípulos, isto aconteceu quando Jesus foi crucificado e morto. As lágrimas de Pedro, de Madalena e das santas mulheres compunham o cenário. Mas a mesma experiência foi vivida pelos cristãos sob perseguição nazista ou comunista, na Alemanha ou no Camboja. Era como se lhes tivessem roubado o Esposo.
E nada garante que também nós não passaremos por isso. A crescente invasão do paganismo em todas as esferas da vida social e política, aliada ao desprezo e às agressões cometidas pela mídia capitalista contra as tradições do povo cristão – tudo sugere que os cristãos podem transformar-se em uma minoria indesejável e incômoda para os novos pagãos.
 Não precisamos esperar por isso para jejuar. Podemos começar nosso jejum por aqueles que já são perseguidos, como nossos irmãos do sul do Sudão e da nova China, presa preferencial de ativistas muçulmanos e dirigentes comunistas.
Um jejum de alimentos, sim. Mas também um jejum de televisão, de programas mundanos, de lazeres que dissipam a alma. E acima de tudo, um jejum de pecado. Porque de nada adianta fazer jejum e continuar apegado aos mesmos pecados de sempre...

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