Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 7,31-35
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
- Glória a vós, Senhor!
- Naquele tempo, disse Jesus:31Com quem hei de comparar os
homens desta geração?Com quem eles se parecem?32São como crianças que se sentam
nas praças,e se dirigem aos colegas, dizendo:'Tocamos flauta para vós e não
dançastes;fizemos lamentações e não chorastes!'33Pois veio João Batista, que
não comia pão nem bebia vinho,e vós dissestes:'Ele está com um demônio!' 34Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e
vós dizeis:'Ele é um comilão e beberrão,amigo dos publicanos e dos
pecadores!'35Mas a sabedoria foi justificadapor todos os seus filhos.'
- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!
Liturgia comentada
Alimento aos que o temem... (Sl 111 [110])
No Sermão da Montanha, Jesus
disse que os pardais são alimentados pelo Pai do Céu, o mesmo que veste de
esplendor os lírios do campo. E se ele alimenta humildes pardais, avezitas sem
cor e sem canto, com muito mais razão há de alimentar os filhos! E isto nos
ensina algo que devia ser óbvio, mas costuma “passar batido”. O mesmo Deus que
nos cria, também nos alimenta. Que Pai seria esse que chamasse à vida e, a
seguir, deixasse os filhos morrendo de inanição?
Na história do Povo de Deus, o
evento marcante da ação alimentadora de Deus está registrado no Livro do Êxodo.
Caminhando pelo deserto, em 40 anos de jornada, era impossível plantar e
colher. O Senhor acudiu o seu povo e, com permanente milagre, o alimentou com o
maná: “O Senhor disse a Moisés: ‘Vou fazer chover pão do alto do céu. Sairá o
povo e colherá diariamente a porção de cada dia’”.
Os Padres da Igreja primitiva
reconheceram prontamente no dom gratuito do maná uma figura do futuro
sacramento da Eucaristia, que Jesus anunciaria como “o verdadeiro pão que meu
Pai vos dá” (Jo 6,32). E Jesus vai além, apresentando-se como nosso alimento
superessencial: “Eu sou o pão vivo que desci do céu. Quem comer deste pão
viverá eternamente”. (Jo 6,51)
O Salmo da liturgia de hoje
assegura que Deus é “alimento para os que o temem”. Santo Agostinho comenta
este versículo: “Para que serviram os milagres, a não ser para incutirem temor?
De que adiantaria, porém, o temor se o ‘Senhor, misericordioso e clemente’, não
sustentasse ‘os que o temem’? Desceu o pão do céu (cf. Jo 6,27.51), alimento
incorruptível, dado a quem nada merecia. Pois Cristo morreu pelos ímpios (cf.
Rm 5,6). Ninguém daria tal alimento, a não ser o Senhor misericordioso e
clemente. Se deu tanto nesta vida, se o Verbo feito carne acolheu o pecador
para justificá-lo, que não receberá no futuro século o que for glorificado?”
Houve épocas, em nossa Igreja, em
que as pessoas participavam da assembleia eucarística, mas não comungavam. Em
outras épocas, era preciso ter autorização especial do confessor para chegar à
mesa da comunhão. Mesmo hoje, muitos católicos ainda não descobriram a
importância da comunhão frequente como alimento para a missão. Creio, mesmo,
que muitos cansaços e desistências aconteceram por falta dessa nutrição
espiritual.
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