Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 2, 36-40
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
- Glória a vós, Senhor!
- Naquele tempo, 36havia também
uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade
muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o
marido. 37Depois ficara viúva, e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não
saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. 38Ana chegou
nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que
esperavam a libertação de Jerusalém. 39Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei
do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. 40O menino crescia e
tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele.
- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!
COMENTÁRIO DO EVANGELHO:
Veio o Natal mais uma vez.
Fomos até o presépio e vimos o Menino na manjedoura. Que lindo! Mas não podemos
ceder à tentação de fixá-lo na condição de bebê, no colo da Mãe. O Menino
precisa crescer...
E ele crescia, diz o
Evangelho. Crescia de modo integral: em estatura, sabedoria e graça.
Crescimento somático, psíquico e pneumático. Se cresce apenas o corpo, mas não
a mente, algo vai mal. Se cresce a mente, mas não cresce o espírito, ainda vai
mal. É uma pena ver atletas que não sabem pensar. Ver pensadores que não sabem
rezar. Não foi um crescimento integral...
Devíamos dedicar mais tempo a
meditar sobre esse Deus-que-cresce. “No estábulo de Belém - comenta François
Trévedy – e, depois, na oficina de Nazaré, o Deus feito homem, o Deus aprendiz
de homem é primeiramente aprendiz do tempo: ele se tece, ele se trama
longamente, lentamente, na obscuridade, ou antes se deixa tecer por outras mãos
às quais se confia.
O pequeno Jesus – o imenso
Jesus não é, no fundo, nem de cera, nem de gesso, nem de terracota; ele é de
carne modelada na primavera (Marie-Noël). Ele é de Pai e de Mãe e de Espírito,
cúmplices, e sua carne comum é sua única auréola.”
Como nós temos sido incapazes
de apresentar a nossos filhos o modelo oferecido por Jesus que cresce! Que bela
colheita humana teriam nossas famílias depois de semear “Jesus-que-cresce” nos
olhos e no coração de nossas crianças!
Vazios desse modelo, vários
filhos adotam outros modelos: o atleta vencedor, o artista de sucesso, a atriz
sedutora, o político poderoso – pobres ídolos com pés de barro, que ruirão na
primeira crise e mergulharão seus “seguidores” na decepção.
Voltando a F. Trévedy, “não
nanifiquemos o Natal, pois o Menino se eleva ao Infinito. Não negligenciemos o
Natal nem subestimemos sua dimensão e sua gravidade, pois o Infinito é e
permanece Criança, em profundidades que lhe são proporcionais. Esse Menino
singular é imensamente criança, e é como tal que ele cresce, e é como tal que
ele é chamado a crescer em cada um de nós e no mundo, isto é, chamado a nos
invadir. A nós e ao mundo.”
Que desastre! Reduzir o humano
ao nível da planície, quando os astros esperam por nós...
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