“Lembra-te que és pó, e ao pó
hás de voltar”
O tempo da Quaresma começa com
a celebração da Quarta-Feira de Cinzas. Reunidos na Igreja para a celebração da
Eucaristia, ouvimos a Palavra de Deus e, logo após a homilia, faz-se o rito da
bênção e imposição das cinzas.
O Missal Romano propõe duas
orações para a bênção das cinzas: uma que pede a Deus a bênção para os fiéis
que vão receber as cinzas, para que “prosseguindo na observância da Quaresma,
possam celebrar de coração purificado o mistério pascal” de Cristo Jesus; outra
que pede a Deus a bênção sobre as cinzas, a fim de, “reconhecendo que somos pó
e que ao pó voltaremos, consigamos, pela observância da Quaresma, obter o
perdão dos pecados e viver uma vida nova, à semelhança do Cristo crucificado”.1
Tanto uma quanto outra oração
pedem a Deus que nós, que recebemos as cinzas, possamos seguir pelo caminho
quaresmal como um caminho de purificação, a fim de que possamos nos identificar
cada vez melhor com Cristo e celebrar, na alegria, as festas pascais.
Quando impõe as cinzas sobre
as nossas cabeças, o sacerdote diz uma das duas fórmulas seguintes, ambas
retiradas da Sagrada Escritura: “Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15)
ou “Lembra-te que és pó, e ao pó hás de voltar” (Gn 3,19). Os dois versículos
bíblicos, junto com a simbologia das cinzas, nos apresentam um itinerário
espiritual a ser seguido no período quaresmal. Nós pecamos porque somos pó,
nossa natureza tornou-se inclinada para o mal em virtude do pecado original.
Isso nos recorda as cinzas impostas sobre nossas cabeças e o versículo de Gn
3,19. Deus, todavia, tem misericórdia de nós, justamente porque sabe que somos
pó, conforme diz o salmista no Salmo 103 (102), 13-14 “...porque Ele (Deus)
conhece a nossa estrutura lembrando-se que nós somos pó...”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário