Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 9, 22-25
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas
- Glória a vós, Senhor!
- Naquele tempo, disse Jesus aos
seus discípulos: 22“O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos
anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar
no terceiro dia”. 23Depois Jesus disse a todos: “Se alguém me quer seguir,
renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e siga-me. 24Pois quem quiser
salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim,
esse a salvará. 25Com efeito, de que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro,
se se perde e se destrói a si mesmo?”
- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!
COMENTÁRIO DO EVANGELHO:
Ganhar o mundo... (Lc 9,22-25)
Qual a vantagem em ganhar o
mundo – pergunta Jesus – se, com isso, perdemos nossa alma? Ganhar o que passa
e perder o eterno?
Afinal, que é “ganhar o
mundo”? Naturalmente, Jesus não pensa em coisas grandiosas como o Império
Romano, a presidência da ONU ou mesmo, em escala menor, o governo de um Estado.
Um homem simples como o Mestre de Nazaré devia pensar em coisas mais
corriqueiras, mais próximas de nós. “Ganhar o mundo” pode ser tanta coisa!
Casar-se com um marido rico. Conquistar a menina mais bonita da aldeia. Receber
o canudo da Universidade, em papel-pergaminho. Tomar o posto do chefe imediato.
Ser considerado o melhor pregador da Forania. Juntar um pé-de-meia suficiente
para nunca mais depender de ninguém.
Claro, tudo isso tem um preço.
Quanta besteira se faz para atingir um desses objetivos! Mentiras, trapaças,
excesso de trabalho, táticas de sedução, avareza e indiferença pelos mais
necessitados. Pergunte a um mendigo para ver quantas vezes ele pede e... não
recebe. Pergunte à Polícia Federal quantos diplomas falsos correm por este
país. Pergunte às infelizes esposas se a imagem que o noivo lhes vendeu
corresponde à imagem do marido que amanheceu a seu lado...
No fim da vida, é hora do
balanço. Se preferir, pode chamar de Juízo. Logo após a morte, um Juízo
Particular (cf. Hb 9,27). No fim dos tempos, um Juízo Final. Mas é logo no
primeiro – o “pequeno juízo” – que as coisas são postas na balança: aquelas
antigas, de dois pratos. De um lado, pensamentos e palavras, atos e omissões,
como rezamos no “Eu, pecador”. Do outro lado, nossas verdadeiras intenções e
sentimentos, nossos objetivos não confessados.
É nesse momento crucial –
aquela espécie de limiar entre a vida e a morte – que a insuperável luz divina
tudo esclarece, sem sombras nem véus. E nós, moribundos, num átimo de tempo,
reconhecemos se nossa vida foi pautada, ou não, pelo amor. Nesse instante,
muita gente vê que ganhou o mundo e... perdeu a alma...
Jesus Cristo preferiu perder a
vida a renunciar à sua missão. Preferiu perder o “reino deste mundo” a adorar o
demônio. Preferiu ser crucificado a aderir aos poderosos deste mundo. Isto é,
viveu exatamente o que pregava.
Como anda nossa coerência
cristã? Quais são os nossos objetivos? Nossa vida é orientada pelo Amor?
Nenhum comentário:
Postar um comentário