Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 9, 14-15
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus
- Glória a vós, Senhor!
- Naquele tempo, 14os discípulos
de João aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Por que razão nós e os fariseus
praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?” 15Disse-lhes Jesus: “Por acaso,
os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias
virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão”.
- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!
COMENTÁRIO DO EVANGELHO:
O Esposo lhes será tirado... (Mt 9,14-15)
Os discípulos de João Batista viviam uma vida ascética, a
exemplo de seu Mestre. Já os discípulos de Jesus, ainda que pobres, formavam um
grupo bastante informal e alegre, sempre disposto a se reunir em torno de uma
mesa. O próprio Jesus confessa: “Desejei ansiosamente comer esta ceia
convosco!” (Lc 2,15.) Os adversários vão dar-lhe o rótulo de beberrão e comilão
(cf. Lc 7,34).
Entre os hebreus, o jejum costumava ser um sinal de luto.
Os contemporâneos do Rei Davi estranharam quando ele interrompeu seu jejum logo
após a morte do filho que tivera com Betsabé (cf. 2Sm 12,21). Daí a resposta de
Jesus quando os discípulos de João vão até ele, perguntando por que seus
discípulos não jejuavam: é que o Esposo estava com eles e durante as bodas
ninguém faz jejum.
A primeira lição, para nós, é que Jesus é o Esposo. A
Igreja é a noiva, que ele deverá encontrar sem mancha e sem ruga. A cena das
Bodas de Caná tem sido interpretada pelos exegetas como uma
espécie de antecipação do Banquete do Cordeiro. A fartura de vinho aponta nessa
direção.
A segunda lição, menos agradável, é que o Esposo nos pode
ser tirado. No caso dos discípulos, isto aconteceu quando Jesus foi crucificado
e morto. As lágrimas de Pedro, de Madalena e das santas mulheres compunham o
cenário. Mas a mesma experiência foi vivida pelos cristãos sob perseguição
nazista ou comunista, na Alemanha ou no Camboja. Era como se lhes tivessem
roubado o Esposo.
E nada garante que também nós não passaremos por isso. A
crescente invasão do paganismo em todas as esferas da vida social e política,
aliada ao desprezo e às agressões cometidas pela mídia capitalista contra as
tradições do povo cristão – tudo sugere que os cristãos podem transformar-se em
uma minoria indesejável e incômoda para os novos pagãos.
Não precisamos esperar por isso para jejuar. Podemos
começar nosso jejum por aqueles que já são perseguidos, como nossos irmãos do
sul do Sudão e da nova China, presa preferencial de ativistas muçulmanos e
dirigentes comunistas.
Um jejum de alimentos, sim. Mas também um jejum de
televisão, de programas mundanos, de lazeres que dissipam a alma. E acima de
tudo, um jejum de pecado. Porque de nada adianta fazer jejum e continuar
apegado aos mesmos pecados de sempre...
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