Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 5, 12-16
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
- Glória a vós, Senhor!
- 12Aconteceu que Jesus estava
numa cidade, e havia aí um homem leproso. Vendo Jesus, o homem caiu a seus pés,
e pediu: “Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar”. 13Jesus estendeu
a mão, tocou nele, e disse: “Eu quero, fica purificado”. E imediatamente, a
lepra o deixou. 14E Jesus recomendou-lhe: “Não digas nada a ninguém. Vai
mostrar-te ao sacerdote e oferece pela purificação o prescrito por Moisés como
prova de tua cura”. 15Não obstante, sua fama ia crescendo, e numerosas
multidões acorriam para ouvi-lo e serem curadas de suas enfermidades. 16Ele,
porém, se retirava para lugares solitários e se entregava à oração.
- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!
COMENTÁRIO DO EVANGELHO:
Sim, Jesus estende a mão e
toca o leproso. Toca o intocável. Toca o homem de quem todos fugiam, mantendo
distância. E Jesus o cura num relance. Que acontece ali? Sigamos a visão do do
Pe. Serge Traore:
“Para curar um leproso,
dizem-nos que Jesus ‘estendeu a mão e o tocou’”. Teria verdadeiramente a
necessidade de tocá-lo? Absolutamente! Ele poderia curá-lo sem o tocar. Mas,
refletindo bem, direi com certeza: sim! Naquele momento, ele tinha necessidade
de fazê-lo, do contrário não o teria feito. É significativo o fato de que os
evangelistas atestam que Jesus “estendeu a mão”. Bastaria dizer: “ele o tocou”.
Teríamos compreendido que ele havia estendido a mão para o tocar.
A descrição é importante. Ela
nos transporta ao coração de Jesus. Ao estender a mão, ele quer, deseja, ele
sente isto como uma necessidade de tocar o outro. E também ele experimentará
uma sensação. Ele toca a lepra! Que sensação poderia ser essa? Eu me pergunto
isto. Quanto ao leproso, ele sente que a lepra o deixa e sente-se purificado:
“No mesmo instante, a lepra o deixou e foi purificado”. Eu imagino uma sensação
de libertação, de bem-estar, de limpeza, de renascimento. A cura se opera
nessas sensações tácteis. “A subida para as alturas é possível quando o homem
nas profundezas é capaz de experimentar fortes sensações de vida.”
Este é o nosso Deus. Diferente
do Deus altíssimo, transcendente, fora de nosso alcance, que se apresentava
oculto na nuvem do Antigo Testamento, o Deus na carne, Jesus Cristo, quer tocar
e ser tocado. Um toque em suas vestes, e está curada a mulher com o fluxo de
sangue. Um toque de Jesus nos olhos, e o cego passa a ver. Um toque nos ouvidos,
e o surdo-mudo ouve e fala.
Como bem observa o Pe. Serge
Traore, “esta força não circula em volta dele, não é como um fruto sobre uma
árvore. Esta força brota do contato físico com o humano sofredor. O contato
produziu um novo nascimento, uma nova Criação”.
E pensar que Jesus espera por
nós na Eucaristia, não só para ser tocado, mas para ser tragado, como nosso
alimento. Ele já disse: “Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não
beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós”. (Jo 6,53)
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