sexta-feira, 8 de janeiro de 2016




Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 5, 12-16

- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
- Glória a vós, Senhor!

- 12Aconteceu que Jesus estava numa cidade, e havia aí um homem leproso. Vendo Jesus, o homem caiu a seus pés, e pediu: “Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar”. 13Jesus estendeu a mão, tocou nele, e disse: “Eu quero, fica purificado”. E imediatamente, a lepra o deixou. 14E Jesus recomendou-lhe: “Não digas nada a ninguém. Vai mostrar-te ao sacerdote e oferece pela purificação o prescrito por Moisés como prova de tua cura”. 15Não obstante, sua fama ia crescendo, e numerosas multidões acorriam para ouvi-lo e serem curadas de suas enfermidades. 16Ele, porém, se retirava para lugares solitários e se entregava à oração.

- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!

COMENTÁRIO DO EVANGELHO:

Sim, Jesus estende a mão e toca o leproso. Toca o intocável. Toca o homem de quem todos fugiam, mantendo distância. E Jesus o cura num relance. Que acontece ali? Sigamos a visão do do Pe. Serge Traore:
“Para curar um leproso, dizem-nos que Jesus ‘estendeu a mão e o tocou’”. Teria verdadeiramente a necessidade de tocá-lo? Absolutamente! Ele poderia curá-lo sem o tocar. Mas, refletindo bem, direi com certeza: sim! Naquele momento, ele tinha necessidade de fazê-lo, do contrário não o teria feito. É significativo o fato de que os evangelistas atestam que Jesus “estendeu a mão”. Bastaria dizer: “ele o tocou”. Teríamos compreendido que ele havia estendido a mão para o tocar.
A descrição é importante. Ela nos transporta ao coração de Jesus. Ao estender a mão, ele quer, deseja, ele sente isto como uma necessidade de tocar o outro. E também ele experimentará uma sensação. Ele toca a lepra! Que sensação poderia ser essa? Eu me pergunto isto. Quanto ao leproso, ele sente que a lepra o deixa e sente-se purificado: “No mesmo instante, a lepra o deixou e foi purificado”. Eu imagino uma sensação de libertação, de bem-estar, de limpeza, de renascimento. A cura se opera nessas sensações tácteis. “A subida para as alturas é possível quando o homem nas profundezas é capaz de experimentar fortes sensações de vida.”
Este é o nosso Deus. Diferente do Deus altíssimo, transcendente, fora de nosso alcance, que se apresentava oculto na nuvem do Antigo Testamento, o Deus na carne, Jesus Cristo, quer tocar e ser tocado. Um toque em suas vestes, e está curada a mulher com o fluxo de sangue. Um toque de Jesus nos olhos, e o cego passa a ver. Um toque nos ouvidos, e o surdo-mudo ouve e fala.
Como bem observa o Pe. Serge Traore, “esta força não circula em volta dele, não é como um fruto sobre uma árvore. Esta força brota do contato físico com o humano sofredor. O contato produziu um novo nascimento, uma nova Criação”.
E pensar que Jesus espera por nós na Eucaristia, não só para ser tocado, mas para ser tragado, como nosso alimento. Ele já disse: “Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós”. (Jo 6,53)

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