Evangelho (Lucas 12,54-59)
O Senhor esteja convosco.
Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de
Jesus Cristo + segundo Lucas.
Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, 12 54 Jesus
ainda dizia ao povo: “Quando vedes levantar-se uma nuvem no poente, logo
dizeis: ‘Aí vem chuva’. E assim sucede.
55 Quando vedes soprar o vento
do sul, dizeis: ‘Haverá calor’. E assim acontece.
56 Hipócritas! Sabeis
distinguir os aspectos do céu e da terra; como, pois, não sabeis reconhecer o
tempo presente?
57 Por que também não julgais
por vós mesmos o que é justo?
58 Ora, quando fores com o teu
adversário ao magistrado, faze o possível para entrar em acordo com ele pelo
caminho, a fim de que ele te não arraste ao juiz, e o juiz te entregue ao
executor, e o executor te ponha na prisão.
59 Digo-te: não sairás dali,
até pagares o último centavo”.
Palavra da Salvação.
Glória a Vós, Senhor!
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
Mais de uma vez os adversários
de Jesus o tentaram, cobrando dele um “sinal”. Também entre nós há gente
ansiosa por “sinais”, seja o sol girando no espaço, sejam aparições improváveis
ou fenômenos astrais.
Ora, a presença do Filho de
Deus encarnado, suas palavras e seus gestos deveriam ter sido “sinais” mais que
suficientes para que seus contemporâneos fizessem penitência e acolhessem o
Messias prometido.
Neste Evangelho, não sem uma
dose de ironia, Jesus cobra de seus opositores, tão ágeis em ler os sinais das
variações climáticas, relacionando as nuvens e a chuva, a mesma perspicácia em
perceber os “sinais dos tempos presente”.
São João Crisóstomo [344-407
d.C.] põe estas palavras na boca de Jesus:
“Vós sabeis julgar o aspecto
do céu e não podeis conhecer os sinais dos tempos? No céu, vós descobris sinais
que pressagiam a tempestade e sinais que deixam prever a calma. Quando vistes
os sinais da tempestade, já não esperais pela calmaria. E já não temeis a tempestade
quando é a calma que vos é anunciada. Pois assim devíeis pensar a meu respeito.
Um é o tempo do advento
presente, outro será o tempo da Vinda futura. Hoje, os sinais que eu realizo
sobre a terra são indispensáveis; quanto aos sinais que se realizarão no céu,
estarão reservados para o advento futuro. Agora, eu vim como médico; então eu
virei como juiz. Agora, eu venho procurar aqueles que se desgarraram; então eu
virei pedir-lhes conta de seus atos.
Eis por que eu vim sem fragor;
mas então eu virei com o mais chocante aparato, retirarei o céu, obscurecerei o
sol, e a lua já não dará sua luz. Então as forças do céu serão abaladas; então
minha chegada será instantânea, semelhante ao relâmpago, minha presença
atingirá de súbito todos os olhares. [...]
Que sinal ireis comparar à
remissão dos pecados? Que há de mais potente que chamar os mortos para a vida,
expulsar os demônios, restaurar o corpo humano e todas as coisas?”
E foi assim que Jesus se negou
a dar qualquer sinal, exceto o “sinal de Jonas” – sua própria ressurreição ao
terceiro dia.
Hoje, também nós podemos dispensar outros sinais. Basta-nos
acompanhar o noticiário da TV e já teremos suficientes propostas para mudar de
vida e buscar as coisas do alto. De preferência, antes da chegada do Juiz...
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