Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 13, 18-21
O Senhor esteja convosco.
Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, 18 Jesus dizia: “A que é semelhante o Reino
de Deus, e com que poderei compará-lo? 19Ele é como a semente de mostarda, que
um homem pega e atira no seu jardim. A semente cresce, torna-se uma grande
árvore e as aves do céu fazem ninhos nos seus ramos”. 20 Jesus disse ainda:
“Com que poderei ainda comparar o Reino de Deus? 21Ele é como o fermento que
uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique
fermentado”.
Palavra da salvação.
Glória a vós, Senhor!
COMENTÁRIO DO EVANGELHO:
Era apenas um grão de
mostarda. No ambiente palestino, a menor semente conhecida. Foi este pequeno
grão que Jesus escolheu para manifestar um aspecto do Reino de Deus. Isto é,
nas coisas espirituais, não podemos ficar presos àquilo que nossos olhos vêem.
O mais importante permanece sempre oculto.
Sim, Jesus também insinua que
a semente da mostarda – por mínima que ela seja – já traz em seu interior um
dinamismo que a impelirá a crescer e frutificar. Aquilo que parecia sem força e
sem valor, agora é um arbusto (com cerca de 3m de altura, lá na Palestina),
capaz de abrigar as aves do céu e seus ninhos. Um dos simbolismos bíblicos para
as “aves do céu” é o “estrangeiro”, os povos que não eram Israel, os que vinham
“das ilhas”, isto é, de longe. Assim, o Reino de Deus há de se expandir a ponto
de acolher em seu seio também aqueles que “não eram povo” (cf. 1Pd 2, 10).
A mesma idéia de crescimento
oculto, subterrâneo, é repetida na pequena parábola do fermento. Nesta, Jesus
se vale da imagem que contemplava em Nazaré: Maria juntando farinha, água e
fermento, preparando em silêncio a massa do pão de cada dia. Durante a noite, a
massa “descansava” na janela. Ao amanhecer, misteriosamente, uma força interior
fizera crescer os pães. E o Menino Jesus, futuro Rabi da Galiléia, meditava: “É
assim que o Reino de meu Pai há de crescer, mesmo na escuridão da longa noite
dos homens...”
O mundo capitalista,
alimentado de produção e consumo, de pragmatismo e eficiência, prefere os
gestos grandiloqüentes, as realizações “macro”, modernas torres de Babel. Deus
é pobre. Deus é simples. Prefere os inícios humildes. Trabalha sempre na
sombra, como os 30 anos de vida oculta em Nazaré...
E nós? Estamos contribuindo
para a construção do Reino de Deus com os pequenos gestos de amor de cada dia?
Valorizamos também as pequenas tarefas enquanto sinal de afeto e de
compromisso? Já chegamos a perceber a importância das pequeninas ações,
fermento de vida e impulso criador, humildes tijolos da humanidade?
Ou ainda estamos cegos à ação
do Espírito, que age em surdina na matéria do mundo?
Deus perdoe nossos pecados
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