Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 14, 1-6
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
- Glória a vós, Senhor!
- 1 Aconteceu que, num dia de
sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o
observavam. 2 Diante de Jesus, havia um hidrópico. 3 Tomando a palavra, Jesus
falou aos mestres da Lei e aos fariseus: “A Lei permite curar em dia de sábado,
ou não?” 4Mas eles ficaram em silêncio. Então Jesus tomou o homem pela mão,
curou-o e despediu-o. 5 Depois lhes disse: “Se algum de vós tem um filho ou um
boi que caiu num poço, não o tira logo, mesmo em dia de sábado?” 6 E eles não
foram capazes de responder a isso.
- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!
COMENTÁRIO DO EVANGELHO:
Quando Jesus nasceu em Belém,
o coro de anjos cantava a glória e a paz. Nas alturas, glória a Deus. Na terra,
paz aos homens de boa vontade. Parece que a “boa vontade” (no latim de São
Jerônimo, bonae voluntatis) é apenas um outro sinônimo do amor.
Sim, da parte de Deus, a “boa
vontade” é total, infinita: ele quer que todos se salvem. Já da parte dos
homens, a coisa é mais complicada: aqui e ali, sempre aparece alguém de
má-vontade, fechado ao amor e ao perdão, escravo da lei, indisposto a acolher o
dom gratuito de Deus.
Foi assim na sinagoga, como
relata o Evangelho de hoje. Jesus se compadece de um enfermo e decide curá-lo.
Na época, a medicina era considerada como “trabalho manual” (tradução literal
do grego “cirurgia”: quiros= mão; ergon= trabalho). Por isso mesmo, fazia parte
dos trabalhos proibidos no sábado judaico. Os adversários de Jesus (teriam
eles, de propósito, levado o doente à reunião, como arapuca para o Mestre?!)
estão de olho em seu comportamento.
Mas Jesus pergunta: “É
permitido, ou não, curar no sábado?” E São Lucas, também ele médico, registra:
“Mas eles se calaram.” Este silêncio é a marca registrada de sua má-vontade. É
o indicador de sua consciência turva. Calam-se para fugir de uma resposta
franca. Sequer pretendem discutir a questão.
Senhor do sábado, Jesus cura o
hidrópico. Os fariseus, em lugar de se alegrarem com a cura do vizinho,
condenam intimamente a atitude de Jesus. Mas Jesus ainda tem um argumento
insuperável: se um boi caísse no poço, em dia de sábado, eles não estariam
prontos a intervir para recuperar o animal? Ora, aos olhos de Deus, nós somos
filhos muito amados. Não seria um preceito legal a impedir sua ação
salvadora...
Em nossos dias, a Igreja de
Jesus se esforça para entrar em diálogo com os vários setores da sociedade.
Quer dialogar sobre a paz e o desarmamento, sobre a pobreza e a partilha dos
bens, sobre a vida e a defesa dos fetos. Mas muitos se calam. Recusam-se ao
diálogo. Já fecharam questão (e os corações). Irão adiante em seus projetos de
morte e de poder, de lucro e dominação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário