Evangelho (Lc 21,1-4)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de
Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 1Jesus ergueu
os olhos e viu pessoas ricas depositando ofertas no tesouro do Templo. 2Viu
também uma pobre viúva que depositou duas pequenas moedas. 3Diante disso, ele
disse: “Em verdade vos digo que essa pobre viúva ofertou mais do que todos.
4Pois todos eles depositaram, como oferta feita a Deus, aquilo que lhes
sobrava. Mas a viúva, na sua pobreza, ofertou tudo quanto tinha para viver”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
REFLEXÃO
Jesus admira a doação da
viúva, que deposita tudo o que possui no cofre do templo. Entretanto, sabemos
que havia muita exploração por parte daqueles que cuidavam das oferendas do
templo. Além de pagar pesados tributos ao Império Romano (tanto quanto pagamos
de imposto hoje), os pobres de Israel tinham de dar uma contribuição ao templo.
A oferta ou o dízimo deveriam ser pagos sem falta; essa não é a ideia que temos
de dízimo nos dias de hoje. Ao menos não deveria ser! E a situação de uma viúva
era ainda pior, é isso que veremos adiante.
A viúva , era um dos seres mais frágeis da sociedade israelita. Numa realidade
machista, a mulher era dependente do homem, pois esse provia a casa dos bens
necessários. A mulher deveria ser uma boa e obediente esposa. Quando o marido
falecia, se não houvesse a figura de outro homem em sua vida (cunhado, filho,
pai), a mulher ficava totalmente desamparada, pois perdia todos os “direitos”
que a vida patriarcal lhe oferecia. Assim também eram os órfãos e os
estrangeiros. Por isso, a exploração da viúva seria um grande pecado.
Talvez o evangelista quisesse
mostrar o quanto Jesus se preocupava com a doação total de seus discípulos, que
não deveriam imitar aqueles ricos. O sonho do Mestre era que os seus seguidores
pudessem levar a sua mensagem de amor a todos os cantos da Terra, e isso
exigiria grande abnegação, – assim como fez a viúva. Mas é certo que Jesus
reprovava a exploração dos pobres que os dirigentes do templo faziam. E é
evidente que Jesus muitas vezes questionou e foi contra as irregularidades que
aconteciam na casa de Deus.
Que nós, cristãos, possamos
dar aquilo que nos é essencial. Entregar a Deus a nossa própria vida. E isso se
faz de várias formas: lutando pelas causas sociais; resgatando os sofredores de
suas mordaças; vivendo com alegria o presente de Deus, que é a nossa vida; e
amando os irmãos e irmãs, doando nossos dons para a construção do Reino de
Deus.
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