Evangelho de Jesus Cristo,
segundo Lucas: Lc 21,12-19
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de
Jesus Cristo † segundo Lucas
- Glória a vós, Senhor!
- Naquele tempo, disse Jesus
aos seus discípulos: 12“Antes que estas coisas aconteçam, sereis presos e
perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos na prisão; sereis levados
diante de reis e governadores por causa do meu nome. 13 Esta será a ocasião em
que testemunhareis a vossa fé. 14 Fazei o firme propósito de não planejar com
antecedência a própria defesa; 15 porque eu vos darei palavras tão acertadas,
que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. 16 Sereis entregues até
mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de
vós. 17 Todos vos odiarão por causa do meu nome. 18 Mas vós não perdereis um só
fio de cabelo da vossa cabeça. 19 É permanecendo firmes que ireis ganhar a
vida!
- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!
COMENTÁRIO DO EVANGELHO.
Jesus falava como o povo.
Usava figuras extraídas do dia-a-dia: lírios e pardais, redes e lamparinas,
agulhas e camelos. Mesclava todos os “mundos”: o feminino (com a massa de pão e
os remendos da roupa velha) e o masculino (os denários e os banquetes); o urbano
(dos mendigos) e o rural (dos semeadores); o adulto (com os tribunais) e o
infantil (com os folguedos na praça).
No Evangelho, Jesus fala de um
fio de cabelo. Nada menor, mais insignificante! Aliás, mera excreção do
organismo. Em outras passagens, Jesus fala das mãos (que vale a pena amputar,
antes que perder o Reino!), dos olhos (atrapalhados por traves), dos ouvidos
(que não querem ouvir), dos rins (que devem estar sempre cingidos, na prontidão
para o caminho).
Hoje, quase microscopicamente,
o Mestre chama a atenção para um simples “fio de cabelo”. Sua intenção é dizer
que, mesmo nas perseguições orquestradas pelos sequazes do anticristo, entre
cárceres, tiranos e régulos, podemos confiar na divina proteção, pois “nem um
fio de cabelo se perderá de vossa cabeça”.
Sem esta confiança, Paulo não
enfrentaria a oposição de seus compatriotas, um Francisco Xavier não
atravessaria mares e oceanos naquelas casquinhas de noz que chamavam de
“navios”. Sem a certeza de que o Senhor está de nosso lado, Maximiliano Kolbe
não se ofereceria para morrer em lugar do outro condenado. Sem a convicção de
que Deus caminha conosco, Madre Teresa não teria trocado a segurança de seu
convento pelas agruras da vida no sórdido lixão de Calcutá...
É verdade que nos iludimos por
longo tempo. Chegamos a crer que a adesão ao Evangelho nos granjearia fama e
poder, aplausos e benesses. Como servos de Deus, ocuparíamos lugar nos
palanques do mundo, entre as autoridades civis, militares e... eclesiásticas. Hoje,
a mídia zomba da Igreja, crucifica os ministros de Jesus no calvário das
manchetes. Prega um anti-Evangelho feito de ódio e sarcasmo. A propaganda induz
ao pecado. Os Parlamentos legitimam o aborto, chancelam a eliminação de nossos
velhinhos. Daqui em diante, ninguém pedirá o batismo para lucrar. Ninguém
abraçará o Cristo para se mascarar.
Agora, sabemos que ser cristão
é navegar contra a corrente, viajar na contramão. Mas nem um fio de cabelo
cairá de nossa cabeça – garante Jesus!
Orai sem cessar: “Aclamemos o
rochedo que nos salva!”
Nenhum comentário:
Postar um comentário